Primeiramente,
vamos entender cada uma dessas soluções.
O que é o sistema de trilho rígido para carga e descarga?
O trilho rígido é um dispositivo de
ancoragem empregado em linhas de vida rígida horizontal permanente, onde a
linha da ancoragem permite um desvio de até 15° do plano horizontal em qualquer
ponto de sua trajetória. O trilho rígido é utilizado através de um trole que
serve como ponto de ancoragem para fixação de trava queda retrátil. Esse
sistema proporciona maior segurança ao usuário, pois, permite que este fique
conectado à linha de vida a todo tempo durante a execução de seu trabalho em um
fator de queda próximo a zero. Nosso
sistema de trilho rígido permite cobrir grandes distâncias entre seus apoios,
pode ser reforçado e atingir uma distância de mais ou menos 10 metros. Além
disso, é possível conectar mais de um colaborador simultaneamente dependo do
projeto.
O que é o sistema de linha de
vida de cabo de aço para carga e descarga?
É um dispositivo de ancoragem empregado
em linha de vida flexível horizontal permanente onde assim como no sistema de
trilho, a linha de ancoragem não se desloca do plano horizontal por mais que
15° de uma extremidade à outra. Sua utilização também é feita por meio de um
trole que permite a conexão à linha através de trava queda retrátil. Na maioria dos casos, nos
sistemas de carga e descarga de cabo de aço o usuário precisa se desconectar
para passar de um ponto a outro da linha. Ao se desconectar da linha, o trabalhador
pode ficar exposto a riscos de segurança. Mas, em alguns casos, similarmente ao
sistema de trilho, o sistema de cabo aço permite que o usuário permaneça conectado
ao sistema interruptamente durante a execução do trabalho.
Por que a Dois Dez considera o sistema de trilho rígido mais eficiente que o sistema de cabo de aço?
1.
Impacto
por queda:
A
ocorrência de uma queda gera forças de impacto de em torno de 6kN ao dispositivo
de ancoragem e provoca uma flecha vertical. No caso do sistema de linha de vida
de cabo de aço, quando acontece uma queda as forças repassadas para as
extremidades da linha são pelo menos 300% maiores, dependendo da tensão do cabo.
Ou seja, cada extremidade da linha é submetida à uma força de pelo menos 18 kN,
mas, se a tensão do cabo não for adequada, as forças de impacto geradas podem
ser ainda superiores. Além disso, se existir “barriga” entre os vãos da linha,
maiores serão as chances de o colaborador se chocar com algum objeto próximo
durante a queda, como por exemplo, a lateral do caminhão.
As forças geradas na
queda provocam flechas horizontais que causam deformação nos pontos de fixação
da linha. Nas linhas instaladas nas tesouras de telhados, o estrago pode ser
maior. Pois, estas não foram projetadas para receber forças horizontais. Após sofrer uma queda, o cabo de aço será esmagado
e esforçado ao limite, ele e todos os componentes da linha deverão ser
removidos de serviço e substituídos.
Em
caso de queda durante a utilização do sistema de trilho rígido, a direção da força
exercida será vertical, e se dissipará
ao longo do trilho. A estrutura onde o trilho está fixado não sofrerá danos. O
trilho deverá ser retirado de uso e inspecionado por profissional habilitado,
mas, diferente do sistema de cabo de aço, ele poderá ser liberado para utilização
caso o profissional assim determine, sem que seja necessária sua substituição.
Neste caso, apenas o trava queda deverá ser substituído.
Além
disso, se o sistema de cabo de aço for utilizado por mais de uma pessoa
simultaneamente e uma delas sofre uma queda, a outra sofrerá um impacto
decorrente desta. Por outro lado, no sistema de trilho rígido, em um mesmo
cenário, o outro colaborador não será afetado pela queda, permanecendo estável
e com proteção contínua.
2.
Zona Livre de Queda
A
zona livre de queda (ZLQ) é a distância mínima aferida a partir do ponto de
conexão com o dispositivo de ancoragem até o obstáculo mais próximo (ex. chão).
O
sistema de cabo de aço é flexível, quando ocorre uma queda o cabo é alongado
verticalmente, conforme a Figura
1. Para cálculo da ZLQ deverá ser considerada a distância de frenagem e a
distância de extensão do trava queda para o obstáculo mais próximo, que
totalizará cerca de 1,5 metros, em média. Na figura 1, é possível visualizar que
no percurso da queda existe a possibilidade do trabalhador se chocar com obstáculos,
o que o expõe a risco grave.
No
sistema de trilho rígido, quando ocorre uma queda, a estrutura do sistema não
sofre nenhum tipo de deformação. Desse modo, a ZLQ deverá ser calculada
considerando apenas a distância de
extensão do trava queda para o obstáculo mais próximo. Portanto, está deverá
ser inferior a ZLQ do sistema de cabo de aço. Veja o exemplo na Figura 2
abaixo.
3.
Utilização dos sistemas
Outro
fator que deve comparação entre ambos os sistemas é a exposição do trole. No
sistema de cabo de aço a instalação do trole é externa. Desse modo, é muito
comum que o equipamento fique exposto a condições e ambientes desfavoráveis à
sua boa conservação. Condições estas que podem afetar o seu bom funcionamento,
como por exemplo, tornar deficiente o deslizamento do equipamento pelo cabo. No
sistema de trilho rígido, o trole pode ser instalado na parte interna do
trilho. Desta maneira, o trole fica menos exposto e melhor protegido contra
ambientes e condições que possam ser nocivas à manutenção de sua integridade e
bom funcionamento, o que prolonga sua vida útil.
Ainda,
durante a utilização do sistema de cabo de aço, o trava queda tende a correr
para o centro da linha de vida. A força lateral permanente causada pelo trava
queda, exige maior esforço do colaborador para se manter estável, e causa
desconforto durante a execução do trabalho. Da mesma maneira, manobras de
conexão e transferência entre os pontos intermediários da linha de vida de cabo
de aço também dificultam o trabalho do usuário.
O
sistema de trilho, facilita o trabalho e proporciona maior conforto ao colaborador.
Pois, não são necessárias manobras de transferências, o usuário permanece
conectado ao trilho sem precisar se desconectar para passar de um trecho ao
outro, o trava queda desliza facilmente através do trilho e se mantém em um
ponto diretamente acima do trabalhador, sem exercer força lateral sobre ele.
4.
Conclusão
Por
experiência própria, sabemos que muitas vezes a dificuldade em executar os
trabalhos em altura faz com que o colaborador use o sistema da maneira incorreta
ou até mesmo não o utilize. O sistema de cabo de aço está se tornando cada vez
mais obsoleto, devido às vantagens que o sistema de trilho rígido proporciona.
Financeiramente falando, o sistema de trilho rígido é considerado mais caro que
o sistema de cabo de aço. Mas, a longo prazo, quando colocamos na equação a
durabilidade dos sistemas, o trilho rígido oferece maior vantagem econômica,
pois comparado ao sistema de cabo de aço, possui vida útil maior, não precisa
ser trocado após uma queda, e ainda, principalmente, garante ao trabalhador, melhor
usabilidade, mais segurança e ganho em produtividade.